06 MAR-10 ABR
É curioso, porém, compreender hoje de que modo a obra de Nadir evoluiu de novo no decurso das últimas duas décadas. De facto, tendo feito um longo percurso no campo de uma cada vez maior depuração formal, que se poderia quase entender como a passagem de um período analítico para um outro, de perfil mais sintético, a obra de Nadir pôde conhecer um novo momento de invenção plástica de que as suas obras recentes são testemunho.
Refiro-me à capacidade de passar desse registo abstracto que a definiu durante algumas décadas para um outro, de mais incerta classificação, em que podemos voltar a ter uma vertigem de figuração. Chamo-lhe "vertigem" precisamente porque se trata do emprego propositado de algo que é da ordem da ilusão. Com efeito, e embora possamos ser levados a pensar o contrário, já (...)
Bernardo Pinto de Almeida
Fevereiro 2010